quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Um argumento convincente

Na antiguidade, um Filósofo romano estava a discutir com um amigo que negava a liberdade
humana e garantia que, para todos os Homens, não há maneira de evitar fazer o que fazem. O Filósofo pegou no seu bastão e começou a dar-lhe pauladas com toda a força que tinha. «Já chega, não batas mais!», dizia-lhe o outro. E o Filósofo, sem deixar de surrá-lo, continuou a argumentar: «Não dizes que não sou livre e que quando faço uma coisa não posso deixar de a fazer? Pois então não gastes saliva a pedir-me que pare: sou automático.» Até que o amigo reconheceu que o filósofo podia livremente deixar de bater-lhe, e só então o Filósofo deu descanso ao seu pau. A prova só deve ser administrada com casos extremos e com amigos que não saibam artes marciais.

Fernando Savater, Ética para um jovem, Lisboa, Presença, p.25.

Deixo aqui a passagem que mais gosto de um dos livros que mais gosto, acenta que nem uma luva em época de eleições e até dá que pensar...

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