Ontem, depois de uma tarde de cinema com amigos, aprofundei mais ainda a minha tese, a cada dia que passa convenço-me mais que ele é igualzinho a mim. Por muito, que empregue todas as suas forças na sua virilização. Porém a verdadeira condição vence sempre, tal como no conto "Ciderela" de Sophia de Mello Breyner. Agora é claro que vence apenas aos olhos dos mais atentos e perpicazes, porque aqueles de olho leve dificilmente lá chegam. Ele tem todo um campo magnético muito bem construido, mas, claro que eu com a minha poderosa e especializada visão raio x, detecto até o mais recondito pormenor, talvez por isso ele seja esquivo em relação a mim, mas a paixão, essa nem o Júlio Cesar conseguiu esconder da Cleopatra!
É por isso triste que ninguém o conheça realmente (a não ser eu, claro), e irrita-me que gozem com o seu gesticular próprio e maneira de ser autêntica, fazendo com que ele se afaste cada vez mais de mim, só a matéria, pois o espirito, esse continua bem perto de mim...
Para que o H não esqueça a sua condição.
